quinta-feira, 28 de julho de 2011

Grupo Bate Boca abre tarde de música vocal no Saral 2011


Quem mora nos grandes centros urbanos certamente em algum momento já presenciou o que na linguagem popular, coloquial costuma-se chamar de bate boca. O estresse, a agitação e a loucura da chamada “vida moderna” faz com que as pessoas, cada vez com mais frequência, percam as estribeiras no trânsito, nas repartições públicas, nas arquibancadas. No caos urbano, o barulho das britadeiras e buzinas contrastam com o tom monótono, monocórdico e igualmente irritantes das vozes das operadoras de call center. Mesmo os monges tibetanos teriam sérias dificuldades em manter a calma ao estar atendendo uma ligação de uma destas moças que geralmente escolhem a hora mais imprópria para estar oferecendo seus produtos. Aí não tem jeito, a tendência é que os ânimos se exaltem, a conversa descambe para a discussão acalorada, exaltada e termine em bate boca.
Mas não se animem, ó arautos do pessimismo crônico, apesar do horizonte sombrio, nem tudo está perdido. Desde 2005 há outro tipo de bate boca na cidade, que ao invés de acirrar os ânimos, acalma; que em vez de promover a discórdia, traz conforto à alma e nos aproxima de Deus; que é um verdadeiro antídoto a tudo o que você leu no primeiro parágrafo. Ouvir o Sexteto Bate Boca, grupo vocal feminino que aos poucos vai conquistando merecido lugar ao sol, é como velejar no iate daquele seu amigo rico, na calmaria do mar aberto e a brisa leve acariciando o rosto. A sensação é de se estar sentado confortavelmente numa poltrona de nuvens, com os pés balançando no vazio.
Quando Viviane Valladão, Andréia Oliveira, Isis Matos, Ira Oliveira, Andréia Souza e Fabiana Pereira sobem ao palco e começam a desfilar canções de Tom Jobim, Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges, Fátima Guedes, Mário Valladão, Guilherme Kerr, Jorge Redher, entre outros, o termo que dá nome ao grupo vira um mero jogo de palavras e perde, por um instante, o sentido ante o talento, harmonia e afinação das moças, conduzidas pela mão segura da arranjadora e diretora musical Viviane Valladão. Se você, influenciado pelo escriba, sentiu desejo de conhecer o grupo de perto, vale o lembrete: há uma possibilidade da apresentação das moças do sexteto acabar em bate boca. Vai que alguém, ao final do show, decida fazer um plebiscito para saber em qual das músicas as meninas se saíram melhor...

3 comentários:

  1. Que texto lindo mano.... Valeu!!

    Vamos lá galera... Prestigiem... Divulguem... Compartilhem..... Ira♪

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  2. Muito legal estarmos participando do Sarau!Gostei também do outro sentido do nome Bate Boca discorrido no texto...

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  3. lindo!!!! Estou ouvindo no Youtube - belíssimas vozes

    o grupo tem songbook?

    com as partituras poderíamos cantar as músicas do grupo e divulgar o trabalho aqui em nossa cidade. Tem para comprar?

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